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Após período crítico na pandemia, setor hoteleiro tenta engatar retomada em Porto Alegre

Nos dois primeiros meses do ano, a média de ocupação nos hotéis na Capital ficou em 43,33%, o que representa avanço de 45,63% ante o mesmo período do ano passado

Após período crítico na pandemia, setor hoteleiro tenta engatar retomada em Porto Alegre

Segmento bastante afetado pela pandemia, o setor hoteleiro tenta engatar recuperação mais sólida em Porto Alegre. Nos dois primeiros meses do ano, a média de ocupação nos hotéis na Capital ficou em 43,33%, o que representa avanço de 45,63% ante o mesmo período do ano passado. Os dados são do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha).

O presidente da entidade, Paulo Geremia, diz que a retomada existe e pôde ser observada, principalmente, no segundo semestre do ano passado. Nos dois primeiros meses deste ano, a média de ocupação arrefeceu diante do período de férias de verão e do avanço da variante Ômicron, segundo Geremia. No entanto, o presidente destaca que essa recuperação ainda não é homogênea e é mais observada em estabelecimentos que avançaram em tecnologia e estão próximos ao aeroporto.

— A retomada não é geral e ainda está abaixo de uma sustentabilidade para muitos — pontua Geremia.

A série histórica do Sindha que mostra a ocupação média nos hotéis da cidade corrobora a análise de Geremia. Em março de 2021, durante um dos períodos mais complicados da pandemia, a média de ocupação estava em 17,97%. Em outubro, o indicador subiu para 59,82%. No mês seguinte, a taxa estava em 62,24% — a maior desde novembro de 2019. No início deste ano, em janeiro e fevereiro, os números recuaram em relação ao final do ano passado, como explicou o presidente (ver o quadro abaixo).

Geremia estima que a situação vai começar a melhorar com a retomada de mais voos e da consolidação de eventos presenciais. Segundo o dirigente, o setor precisa que a elevação na taxa de ocupação acelere no período de pelo menos 60 dias. Esse movimento, diz, é possível e poderia ser impulsionado com a atração de moradores do interior para a Capital, como ocorre em Curitiba com turismo e passeios.

Diretor da Rede Plaza de Hotéis e do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (Shpoa), Oscar Henrique Schmidt também cita o crescimento na ocupação dos quartos desde 2021:

— A retomada é muito clara, principalmente depois que os números do combate à covid-19 começaram a melhorar.

De acordo com o executivo, a demanda do setor em Porto Alegre está aproximadamente entre 70% e 75% da que era registrada no período pré-pandemia. Citando o exemplo do Plaza São Rafael, no Centro Histórico, Schmidt afirma que empresas que buscaram a inovação e a diversificação estão se saindo melhor no atual cenário:

— O que mudou? Hotéis inovaram, se reinventaram, teve muito turismo de lazer. Especificamente no caso do Plaza, temos área de eventos muito grande, uma das principais no ramo de hotelaria na cidade. Então, agora, depois da última onda da pandemia, a melhora é nítida.

Movimentações

A retomada ocorre diante de movimentação do setor nos últimos meses na cidade. A rede Ibis inaugurou novo empreendimento no Centro Histórico. O Holiday Inn, na Avenida Carlos Gomes, em Porto Alegre, mudou de nome para Master Porto Alegre após alteração de proprietário.

Já o imóvel que era ocupado pelo Sheraton, no bairro Moinhos de Vento, deixou de ser administrado pela Marriot Internacional, dona da marca Sheraton, e passou a ser gerido pela Hilton Hotels & Resorts.

A rede Hilton também se prepara para começar a operar um hotel junto ao complexo Pontal, outro empreendimento na Capital, mas na Zona Sul.

O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio Grande do Sul (ABIH RS), José Justo, afirma que o setor hoteleiro da Capital está saindo castigado da pandemia. O executivo cita o fechamento de estabelecimentos durante a crise sanitária ao justificar a análise.

Justo salienta que o segmento enfrenta problemas de oferta e de rentabilidade durante esse processo de retomada. Para exemplificar a dificuldade, destaca que a diária média de Porto Alegre, hoje, tem o mesmo valor que era verificado em 2013. A dificuldade de repassar os custos no preço do serviço também entra nessa conta, segundo Justo:

— O hóspede não está pagando tudo o que a gente precisa. As empresas ainda estão com problema de geração de caixa.

Ao mesmo tempo, os ramos de hotelaria e de gastronomia de Porto Alegre se preparam para um grande evento, o South Summit, que vai ocorrer entre 4 e 6 de maio na Capital, o que pode ser uma nova oportunidade para impulsionar a recuperação.

Números

Ocupação média do setor hoteleiro de Porto Alegre

 

2020

  • Janeiro: 48,29%
  • Fevereiro: 43,53%
  • Março: 30,69%
  • Abril a junho: Sem dados
  • Agosto: 16,80%
  • Setembro: 22,22%
  • Outubro: 31,07%
  • Novembro: 32,88%
  • Dezembro: 30,35%

 

2021

  • Janeiro: 30,90%
  • Fevereiro: 28,61%
  • Março: 17,97%
  • Abril: 21,21%
  • Maio: 39,04%
  • Junho: 37,28%
  • Julho: 45,19%
  • Agosto: 42,60%
  • Setembro: 45,93%
  • Outubro: 59,82%
  • Novembro: 62,24%
  • Dezembro: 56,47%

2022

  • Janeiro: 49,22%
  • Fevereiro: 37,45%

Fonte: GZH 

28 de Abril de 2022

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